terça-feira, 31 de julho de 2007

Reféns Sul-Coreanos

Foto retirada do site da petição

"Todo o homem é meu irmão" ouvia eu a voz do meu conterrâneo Padre António Rêgo dizer há muitos anos.


As notícias sobre o rapto dos Presbiterianos, sul coreanos, tem feito com que essa frase me martele o cérebro e a alma. Como é possível que, ainda, não se tenha criado um movimento internacional de boas vontades em defesa destas vidas? (se está criada, desconheço) Onde estão os defensores dos Direitos Humanos? Onde estão os defensores da vida humana? Não há forma de pressionar o governo do Afeganistão no sentido de acções que resultem na libertação dos Missionários Sul Coreanos. Estou triste, muito triste. A Comunidade Internacional reage a que estímulos? É preciso que sejam sacrificados mais meia dúzia? Ou todos para depois dizerem que coitados se calahr deveriam ter ficado em casa em vez de irem evangelizar?
Não é altura para avaliar as razões dos Talibãm, é, apenas, altura de exigir a libertação dos Sul-Coreanos que, ainda estão vivos
É ou não todo o homem meu irmão?


Acabo de encontrar na net uma petição http://www.avaaz.org/en/honour_the_afghan_code/b.php/?CLICKTRACK Assinem-na e passem a informação

sábado, 28 de julho de 2007

"Deus é amor"




Ando "há séculos" a ler o livro do Teólogo galego Andrés Torres Queiruga, Recuperar a criação. Há séculos porque não é fácil de ser lido porque tem que ser entendido, para além do facto de ser uma tradução brasileira.



Ontem ao fim do dia, dei um saltinho à praia de Nossa Senhora da Guia em Vila do Conde e li mais umas linhas, junto ao mar.



O que li, não me surpreendeu pois foi dentro da "linha" de raciocínio que já conheço ser a de Queiruga, mas confesso que me abalou. Passo a vida a pedir ao Pai que me faça instrumento e a pedir a mim própria que O deixe, sempre, fazer-me instrumento pois sei que é preciso que eu queira: tenho sempre a liberdade de dizer que sim ou que não.



Queiruga deu-me uma visão nova da Parábola do Samaritano (Lc 10, 29-38) ao dizer:

" pela injustiça de certos homens, aí, à beira do caminho, está um ferido, sangrando e exposto à morte. Muitas vezes, ao ler ou escutar esta narração, prescindimos do protagonista mais radical e fundante: Deus. Aquele ferido é filho seu que ele ama - sem metáforas- com amor infinito e disposto a tudo, buscando salvá-lo a qualquer preço...

... Quando passa o sacerdote, é ele (Deus), que mediante sentimentos de compaixão, a partir do impulso à solidariedade, a partir da voz da consciência...convoca-o a vir em ajuda do seu irmão. Mas - e tal é o risco de Deus: a impotência histórica do amor ferido - Deus não pode nem quer forçar a liberdade: o sacerdote não faz caso, e o ferido continua sangrando, exposto à morte; passa o escriba, e ocorre o mesmo; finalmente, passa o samaritano, que sente o apelo, por ele deixa-se guiar e acode em ajuda ao doente. Neste momento Deus pode, finalmente, salvar aquele homem.

O samaritano é verdadeiramente a sua mão: sem ela, Deus nada poderia fazer..."


E mais adiante: "Deus nunca acontece de maneira tão profunda, intensa e pura como quando um homem ou uma mulher acodem em ajuda a outro homem ou a outra mulher. Não podia ser de outro modo, dado que "Deus é amor", e nas pessoas culmina seu movimento criador."

A revelação bíblica procede dessa intuição..."



Resumindo muito:

depende de cada um de nós aceitar ou não o Seu apelo, a missão de co-autores na história da salvação que nos quer confiar, ser a Sua mão, para que Ele aconteça. Sou livre de aceitar...ou de recusar...Como posso eu conscientemente recusar? Não posso, nem quero...




Amen


Os bold são da minha responsabilidade

sábado, 21 de julho de 2007

"Que fizeste do amor?" Irmão Silencio, Trapista

Há encontros fortuitos que se revelam marcantes. Ter encontado este homem em Abril de 2002 foi de extrema importância para que eu tenha crescido, aberto o meu coração e os meus olhos para a espiritualidade, para a Fé (não quero dizer que ele tenha sido o único responsável, há outras pessoas também sem as quais eu não estaria a trilhar os caminhos que trilho). Com este encontro e com outros ficou demonstrado como a net pode ser ponto de encontro, troca de ideias, apoio mútuo, evangelização, Foram cerca de 2 anos de acompanhemento espiritual.
Uma sua frases que retenho e que medito pois acho que sintetiza a base da Fé:

"O Pai jamais diz NÃO mas um ESPERA mesmo que os teus pecados sejam uma floresta que rompe os caminhos da tua alma com as suas raizes do mal. Espera no Senhor e sê misericordioso O dia virá do ENCONTRO e as suas palavras jamais serão o que fizestes? mas sim onde deixaste semeado o Amor que te ofereci naquele dia em que ambos nos encontramos?"

Amor! Sempre e só o amor.
Onde semeaste o amor que EU te ofereci. Eu dei-te amor para tu o colheres cem por um e dares amor, que fizeste dele?

sou remetida para o Hino ao amor da carta do Apóstolo S. Paulo aos Corítios numa tradução do Padre José Tolentino Mendonça


Se eu falasse as línguas dos homens e até as dos anjos,
mas não tivesse amor
seria bronze que soa ou címbalo que tine.
Se tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os
mistérios e todos os
saberes,
se a minha fé fosse a ponto de mover montanhas,
mas não tivesse amor, eu nada seria.
Se repartisse pelos pobres tudo quanto tenho, e meu
corpo entregasse às
labaredas
mas não tivesse amor, nada ganharia.
0 amor paciente, repleto de bondade,
amor que desconhece inveja e não ostenta orgulho,
amor sem vaidade, que descura o próprio interesse,
e não se irrita e não suspeita mal,

o amor que não colhe alegria da injustiça, mas se alegra
com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
0 amor jamais acabará:
há um tempo em que vacilam as profecias, as línguas
emudecem e o saber
desaparece
porque só em parte conhecemos e só em parte
profetizamos,
mas quando chega a perfeição
os limites apagam-se.
Quando eu era criança, falava como criança,
sentia como criança, pensava como criança:
quando me tornei homem abandonei
as coisas de criança.
Agora vemos por um espelho, e de maneira obscura, o
que depois veremos facea face.
Agora conheço apenas uma parte, mas então
conhecerei
conforme também sou conhecido.
Agora permanecem fé, esperança, amor, todos juntos.

Mas o maior de todos é o amor.

Onde quer que estejas, Irmão...

"Sanctus, Sanctus, Sanctus..."

Amen






quarta-feira, 18 de julho de 2007

Bartolomeu dos Mártires

Hoje é dia do "Grande" Beato portugês Fei Bartolomeu dito dos Mártires por ter nascido na freguesia lisboeta do mesmo nome. É importantíssima a sua intervenção no, agora muito falado (devido ao rito de celebração da Eucaristia) Concílio de Trento e nas medidas que tomou para a sua aplicação na Diocese de Braga onde era arcebispo.


Transcrevo texto retirado do site dos Dominicanos portugueses http://www.dominicanos.com.pt/index.asp?art=6604


Nascimento
Lisboa, não contente por ter dado ao mundo um dos mais notáveis contributos para a Civilização, foi berço glorioso de nomes de projecção universal. Bastará citar para o nosso intento: Santo António de Lisboa e D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, Santo Arcebispo de Braga e luminar do Concilio de Trento.
É deste último que nos vamos ocupar nestas breves reflexões. O Beato D. Fr. Bartolomeu dos Mártires nasceu na freguesia de N.ª Senhora dos Mártires, da Cidade de Lisboa, em 3 de Maio de 1514. Era filho de Domingos Fernandes e de Maria Correia e usava o apelido do Vale, que era de um avô.
Os seus pais eram profundamente cristãos e deram-lhe uma esmerada e digna educação cristã em todos os aspectos.

Faz-se Dominicano
Veio a abraçar a vocação dominicana no convento de S. Domingos de Lisboa, tendo professado a 20 de Novembro de 1529. Acrescentou ao nome que usava o apelido de Mártires em memória da invocação da Igreja em que fora baptizado.
Formou-se em Filosofia e Teologia, ciências que ensinou, com notável êxito durante mais de 20 anos, em Évora, onde teve por aluno D. António Prior do Crato, na Batalha, em Salamanca e em S. Domingos de Benfica, aonde o veio buscar a Mitra de Braga, entrando na Arquidiocese Bracarense solenemente em Outubro de 1559. Deixou escrita uma vasta obra de teologia e espiritualidade.

Arcebispo de Braga
Aceitando a dignidade de Arcebispo de Braga por obediência, participou, como Primaz das Espanhas, na fase conclusiva do Concílio de Trento (1562-1563), para onde partiu em 1561. Ia acompanhado apenas de um teólogo, do seu secretário, de um capelão e do mínimo de familiares. No Concílio distinguiu-se pelo saber e zelo da renovação da Igreja e edificou a todos pela santidade. A correspondência do Concílio chama-lhe «douto e religiosíssimo Prelado», «homem de grande santidade e religião» e S. Carlos Borromeu afirma que o tomou por exemplo a imitar.
Num dos intervalos das sessões conciliares, foi a Roma, onde se demorou 17 dias, em visita ao Papa, quer dizer em visita «ad sacra limina». Voltou para Trento para assistir ao encerramento dos trabalhos conciliares. Rejubilou com a feliz conclusão do Concílio, e, numa carta de despedida a S. Carlos, afirmou que «só falta empenharmo-nos com todas as forças para o aplicar».

Aplicação do Concílio
Para levar a efeito, dignamente, a execução das disposições conciliares; reuniu um Sínodo diocesano, na sua Catedral, e depois um Concílio da sua Arquidiocese ou província eclesiástica.
Tratou imediatamente da fundação do Seminário Conciliar, vencendo a oposição do cabido.
Este constituiu o seu programa pastoral realizado em Braga com zelo e constância heróicas, superando todas as dificuldades. S. Pio V em carta a D. Sebastião, referindo-se às contestações sofridas pelo Beato, declara-se muito penalizado e afirma que o Arcebispo «pela exímia santidade merecia ser amado e reverenciado». Ainda na linha da renovação da Arquidiocese de Braga, purificou o culto divino, dignificou e protegeu o clero, fundando, além do Seminário Conciliar, como já foi dito, outros centros de estudos teológico-pastorais, estimulou a educação e instrução da juventude, promoveu a assistência social, socorrendo viúvas e órfãos e distribuindo, liberalmente, pelos pobres quanto tinha, preferindo viver ele em extrema pobreza para ter mais que dar e matar assim a fome a mais necessitados como bem escreveu Fr. Luís de Sousa na sua Vida do Arcebispo.

Bispo-Pastor
Visitou mais que uma vez a sua vasta Arquidiocese que se estendia a Bragança e a Freixo de Espada à Cinta. Em Janeiro de 1560 percorreu como Pastor as terras do Barroso, Trás-os-Montes e Alto Minho, regressando no princípio da Quaresma. Encontrou muitas freguesias em lastimoso estado, pela falta de cultura do Clero e ignorância religiosa do povo, mandou traduzir para uso dos sacerdotes, a Suma dos Casos, do Cardeal Caetano, e ele próprio compôs, para os fiéis, um Catecismo da Doutrina Cristã, e um livro de Práticas Espirituais.
Fundou o convento de S. Domingos, em Viana do Castelo, destinando-o a promover os estudos eclesiásticos daquela vasta zona da Arquidiocese.
No governo da Arquidiocese, D. Fr. Bartolomeu dos Mártires revelou-se, como já insinuámos, um verdadeiro e extraordinário Pastor pelo seu amor à Igreja e caridade para com os pobres a quem socorreu por ocasião da peste de 1570.
Ocupava a Sé de Braga, quando faleceu D. Henrique, o Cardeal-Rei, cuja morte deixava em aberto o problema da sucessão ao trono de Portugal. Era-lhe grata certamente a candidatura de D. António, Prior do Crato, seu amigo e seu antigo aluno. Absteve-se, porém, de tomar partido, com certeza por não lhe ver possibilidade de êxito.
A Cidade de Braga amotinara-se em favor do Prior do Crato. Para não se ver envolvido em complicações de assuntos que não eram do seu múnus pastoral, retirou-se para Tuy (Galiza) onde adoeceu gravemente e só pôde voltar à Diocese quando já reinava D. Felipe com o título de Felipe I de Portugal e II de Espanha. De Tuy regressou à Diocese, voltando às visitas pastorais. D. Fr. Bartolomeu, pouco depois, pediu a Felipe II, a renúncia ao Arcebispado, qual foi aceite. E, de Tomar, escreveu ao Papa Gregório XIII formulando semelhante pedido.

Morre em Viana
Estava em Viana, quando lhe anunciaram que e Papa nomeara novo Arcebispo para a Sé bracarense. D. Fr. Bartolomeu dos Mártires recolheu-se imediatamente ao conventos de S. Domingos de Viana, envelhecido e cansado. Ali veio a falecer, como apóstolo e santo, em 16 de Julho de 1590. À hora da morte os bracarenses pretenderam levar para Braga o seu corpo, mas os vianenses opuseram-se de armas na mão.

Processo de Beatificação
Em 1702 o Arcebispo D. João de Sousa mandou organizar o processo relativo à heroicidade das suas virtudes e aos milagres atribuídos à sua intercessão. Ficou concluído felizmente em 1845, pela promulgação do Decreto sabre a heroicidade das suas virtudes.
Foi beatificado por João Paulo II no dia 4 de Novembro de 2002. A sua festa litúrgica celebra-se a 18 de Julho.
Há, em várias línguas, numerosas biografias de D. Fr. Bartolomeu dos Mártires. A mais conhecida é a do clássico Fr. Luís de Sousa, da Ordem dominicana.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Os "meus" salmos








143 (142) na Nova Bíblia dos Capuchinhos 1ª edição de Nov de 1998



Escuta, Senhor, a minha oração;
pela tua fidelidade, atende as minhas súplicas;
responde-me pela tua justiça.
Não chames a contas o teu servo,
pois ninguém é justo na tua presença.


Os meus inimigos perseguiram-me
e deitaram-me por terra;
obrigaram-me a viver nas trevas,
como os que já morreram há muito tempo.
O meu espírito desfalece dentro de mim,
gelou-se-me o coração dentro do peito.
Recordo os dias de outrora,
medito em todas as tuas obras
e penso nas maravilhas que realizaste.
Ergo para ti as minhas mãos;
como terra seca, a minha alma está sedenta de ti.


Senhor, responde-me depressa;
estou prestes a desfalecer!
Não escondas de mim a tua face,
pois seria como os que descem à sepultura.
Faz que eu sinta, desde a manhã, a tua bondade,
porque é em ti que eu confio.
Mostra-me o caminho a seguir,
porque para ti elevo a minha alma.
Livra-me, Senhor, dos meus inimigos,
porque em ti me refugio.
Ensina-me a cumprir a tua vontade,
pois tu és o meu Deus.
Que o teu espírito bondoso me conduza pelo caminho recto.


Senhor, por amor do teu nome, conserva-mea vida!
Pela tua bondade, tira a minha alma da angústia!
Pela tua fidelidade, esmaga os meus inimigos;
destrói todos os que atormentam a minha alma,
porque eu sou teu servo.




Claro que eu não quero que o Pai esmague, ou destrua seja quem for



Amen

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Diálogos inquietantes-3 Sacerdote, Levita ou...?


Este homem vai todos os dias à marginal de Ponta Delgada levar milho às pombas, elas conhecem-no
*
*
Quem quero eu ser? Quem queremos nós ser? Orantes ou participantes? Ou ambos?
*
*
No MSN, esta manhã:
*
- tenho acordado as 3 da manhã para rezar as mil Ave Marias,pois estou fazendo uma novena de novenário e como hj e quarta feira eu acordo as 3 da manhã daqui do Brasil.
- Oh ..., antes dedicasses o teu tempo numa Missão a ajudar pessoas que precisam e as há aí à tua porta. Rezar é bom, mas rezer é meditar e eu não acredito que medites cada AvéMaria que rezas.
- mas pelas misericódias de Deus Ele age na minha fidelidade
- Não entendi
- A minha fidelidade é a que importa a Deus.
- Ser fiel a Deus é ser fiel ao amor. Ao amor a Ele no próximo. Vc viu o Evangelho de ontem? Quem foi o próximo do homem caído na valeta?
O que reza as Mil Avé marias ou o que o ajuda?
- São 5 horas de pura contemplação.E rezo pelos Sacerdotes em crise.Eu creio não importando quem creia ou não. Pois quem me pede é o Senhor Jesus Eucaristico no mosteiro da Santa Cruz.
Então vc me entendeu?

Eu rezo pelos Sacerdotes em crise e caido
- Não entendo não
- deixa pra lá
- Mas para além dessas 5 horas de contemplação o que faz mais vc?
- eu ai pratico
- Como?
- oro pelas pessoas on line
Aqui mesmo, oro pelas pessoas aqui na internet, devemos evangelizar aqui como o nosso saudozo João Paulo II nos pediu
- claro que devemos e sabes que o faço, também
- Eu acho uma tremenda Bênção este momento de que estou vivendo.
Sinto um carinho de Deus muito grande por mim.Para eu acordar as 3 da manhã do Brasil e de tomar banho e a começar a rezar a coroa de São Miguel para depois rezar as mil Ave Marias.
- Mas ajuda-me a entender
- Quantos minutos usas a orar cada Avé Maria? Tu meditas a oração ou dizes as palavras mecânicamente sem pensares?
......................................................
- Sabes? Eu tenho dificuldade em rezar o terço. Dou por mim a pensar em tudo menos no que os meus lábios dizem. Faz lembrar-me a estória que o Adriano contou dos dois Monges: dizia um que quando orava não havia nada no mundo que o distraisse
O outro, coitado, dizia que tinha imensa dificuldade em se concentrar na oração.
- Olha hj neste momento ao ler teu escrito senti um arrepio e Deus e quer que tenha este gosto pelo terço
-um dia estavam ambos lado a lado de joelhos a orar e diz o segundo: Tenho um burro para lhe dar. Passados minutos diz o que nunca se desconcentrava: o burro traz albarda??
- pois a cada 10 Ave Marias que rezas são a cada uma o decálogo e as 5 dezenas são as 5 chagas e e os 4 terços é a vida de Jesus. Começe a comtemplar neste sentido de que tens uma bíblia em suas mãos.
- Sabes? Prefiro rezar as Horas, tem os Hinos, os Salmos, as leituras e as orações. Tem que ser lido e meditado, não dito de cor sem pensar.
- Ah, esqueci de dizer que também rezo as Horas.
- Conheces algum site com as Horas em Português? recitadas? A Maria encontrou mas em Francês
- Que chic, em francês. Vou pesquisar depois digo
*
Samaritano?

domingo, 15 de julho de 2007

De certa forma eu estive lá

O Pedro e o Adriano em Montariol

Hoje, 15 de Julho pelas 11 horas UTC que é a hora, actualmente, dos Açores foi ordenado em Angra o meu querido amigo Pedro, Franciscano. "Ide e anunciai", "Ai de mim se não o fizer". Hoje na Eucaristia, eu na Eucaristia tenho sempre presente os que amo e que precisam de um carinho especial do Pai (os que eu conheço e todos os outros), desejei que o Pedro seja um "servo fiel" e que seja feliz na sua Missão pois só sendo felizes conseguimos colocar no que fazemos a alegria que convence, que cativa.

De certa forma eu estive presente na cerimónia com o meu coração e a minha oração em Comunhão.


Amen

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Diálogos inquietantes 2-Sexta treze


Tenho um colega de serviço que tendo sido católico se "bandeou" entretanto para uma organização que promete o Céu na terra, mundos e fundos, a cura de todas as maleitas a troco de...enfim...mas o certo é que o homem anda sempre com o livrinho de orações engatilhado e qualquer intervalinho lhe serve para o "dedilhar". E nós? Quando oramos? Mas isso são contas dos rosários que desfiamos a metro (tenho um amigo que se intitula o...das Mila Avé-Marias)


- Sabe que hoje é 13 dia abençoado?

Eu, que quer este agora? para mim todos são abençoados e eu nem sou superticiosa e nasci a 13

- Abençoado? Que quer o senhor dizer?

Lá vem uma das teorias dele...Que faço? Respondo à letra e discutimos ou deixo passar? (tenho um livrinho que se chama "saiba defender a sua Fé" (assim mais ou menos, saiba ou aprenda que quase vai dar ao mesmo pois quem aprende sabe) acho-o um pouco primário, mas fazia bem a muita gente tê-lo à mão de semear...muitas vezes, ou quase sempre, ficamos afónicos quando "eles" nos vêm com os versículos para demosntrarem a "sua" verdade.

- Todos os dias são abençoados, diz ele. Aleluia, penso eu, estamos de acordo!!!

- Poça, Senhor...e eu a pensar que o senhor me ia dizer uma tolice... E rimos os dois a bom rir. Assim gosto dos nossos diálogos


Amen

Divagações ao correr dos dedos (já não escrevemos com penas) Hino à alegria





Hoje, dia 13 de Julho aconteceu o concerto de abertura dos Prom's.


Ouvi o concerto "aos bochechos", quisera ter estado na plateia do Royal Albert Hall (ai...ai...quero a reforma Já! e já agora que os meus filhos tenham uma vida estável, um dia destes voltarei a este tema), ou, no mínimo, paradinha num sítio qualquer dentro do carro ou no sofá de uma das minhas casas (um drama estas minhas casas, um dia eu conto) a ouvir a transmissão da RDP, antena 2. A encerrar o cencerto o Hino/ode à Alegria da Nona Sinfonia de Bethowen com letra (Poema) de Friederich Schiller. Emociono-me sempre como se fosse a primeira vez e já a ouvi algumas vezes, a primeira ao vivo no galinheiro, em pé, do, meu Deus, e agora, foi no Rivoli da actual polémica pois os outros concertos foram lá todos ou porque era a Nona foi no Coliseu que deixou de ser polémica porque tem Amigos (quem tem amigos não morre à fome, digo eu e diz o ditado que não morre na cadeia). Bom, o certo é que assisti duas vezes à Nona ao vivo e fico sempre lavadinha em lágrimas. Na última vez ao terminar, eu a chorar digo à minha Ângela, só falta fogo de artifício, a orquestra recomeça o Hino à alegria e o céu estrela num maravilhoso colorido artificioso e eu: Não disse que faltava? Estavamos na Atalaia e parecia que estavamos no Céu e eram anjos a cantar e era a alegria do irmanar.


Bethowen estava surdo, compunha sentindo o vibrar do soalho, mas desde há muitos anos sonhava em compor para o Hino que Shiller escrevera e que termina assim:

Mundo, pressentes tu o Criador?
Busca para lá da abóbada estrelada
Para além das estrelas deve ele morar.
Amen!

Flash 1


Dia 5 de Março de 2007, Domingo


Roma


Iamos a caminho da Praça de S Pedro


- Que hábitos lindos

- São os Irmãos de Foucault

_ Não digas! Lindos mesmo.

Aponto a máquina, mas como iamos em sentido contrário o tempo foi curto e a focagem foi fraca. Mas mesmo assim aqui fica o registo


Jesus-Caritas Charles de Foucauld

A oração do Abandono (original)


A minha tradução:


23:46_________Meu Pai, nas Vossas mãos entrego o meu espírito”_____É a última oração do nosso Mestre, do Nosso Bem amado. Possa ela ser a nossa…E que ela seja não somente a do nosso último instante mas a de todos os nossos instantes.: Meu Pai, eu entrego-me nas Vossas mãos, meu Pai eu confio-me a Vós, meu Pai eu abandono-me a Vós, meu Pai, fazei de mim o que vos apetecer (agradar), o que quer que façais de mim, eu vos agradeço; obrigada por tudo, estou disposto a tudo, aceito tudo; agradeço-vos tudo; para que a Vossa vontade se faça em mim, meu Deus, para que a Vossa vontade se faça em todas as Vossas criaturas, em todos os Vossos filhos, em todos aqueles que o Vosso coração ama; eu não desejo outra coisa, meu Deus; entrego-Vos a minha alma, nas Vossas mãos; eu Vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração, porque eu Vos amo, porque é uma necessidade minha…dar-me, colocar-me nas Vossas mãos sem medida; eu abandono-me nas Vossas mãos com infinita confiança pois Vós sois o meu Pai


A Oração do abandono Versão oficial

Meu Pai,


Eu me abandono a Ti,
Faz de mim o que quiseres.
O que fizeres de mim,
Eu Te agradeço.


Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
E em tudo o que Tu criaste,
Nada mais quero, meu Deus.


Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu Te a dou, meu Deus,
Com todo o amor do meu coração,
Porque Te amo.


E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
Entregar-me nas Tuas mãos sem medida
Com uma confiança infinita
Porque Tu és... Meu Pai!



Quem é/foi este homem que se abandona desta forma à vontade de Deus?



Numa manta de retalhos retirados de várias fontes que irei mencionando

Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de Setembro de 1858 em Estrasburgo, (França).De meio familiar aristocrático, fica órfão de pai e mãe em 1864. Frequenta a Escola Especial Militar de Saint-Cyr. É herdeiro de uma enorme fortuna, que rapidamente delapida em jogo, indisciplina e excentricidades. Retrata-se e, já oficial do exército francês, é colocado na Argélia. Deixa a vida militar e torna-se explorador em Marrocos. Chega a receber uma medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento do trabalho de investigação no Norte de África.
Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a vida espiritual vai conduzi-lo a uma conversão súbita e leva-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabelece-se em França, e depois na síria. Deixa os Trapistas em 1897 em busca de uma vocação religiosa autónoma e ainda não definida. É ordenado sacerdote em 1901. Regressa à Argélia e leva uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mas interventiva junto da população. Aprende a língua Tuaregue e estuda o léxico e gramática, os cantos e tradições dos povos do Deserto do Saara. Tem a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucede apenas depois da sua morte: os Irmãozinhos de Jesus. É assassinado por assaltantes de passagem em 1 de Dezembro de 1916. Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005.

(Wikipédia)


"Charles continua os seus estudos no liceu de Nancy. A formação Cristã da sua infância permite-lhe fazer uma fervorosa Primeira Comunhão em 1872, mas não irá ser suficientemente sólida para o ajudar na sua adolescência e, a partir de 1874, ele perde a Fé."

Entra na escola militar e leva uma vida de esbanjamento, mas corajosa o que lhe vale reconhecimento e honrarias. Sai do Exército e vai para Paris. Começa a ter inquietaçãos de caracter religioso e com a preciosa e discreta ajuda de familiares tenta fazer um curso de religião e pede ajuda a um padre, Abade Huvelin, que em vez de lho dar, apenas, o convida a confessar-se e a receber a Comunhão. Para Charles é a conversão, uma graça que o vai acompanhar o resto da vida. Resolvido a não continuar a viver senão para aquele Deus de jesus Cristo que veio ao seu encontro, faz uma peregrinação à Terra Santa. Aí descobre qual foi a vida humilde e escondida do Filho de Deus incarnado tornando-se esse home Jesus, num pobre artesão de Nazaré. Empurrado pelo desejo de O imitar com todas as forças, ele decide tornar-se monge Trapista.

Entrado em 1890 no mosteiro de Notre-Dame-des-Neiges, com vista de se recolher para sempre numa pobre Trapa da Síria, ele procura avançar cada vez mais na imitação de Jesus de Nazaré. Seis anos mais tarde, pede para deixar a Trapa; Autorizam-no em Fevereiro de 1870 a seguir uma vocação pessoal"





Os Irmãos , de Charles Foucault estão em 67 países, incluindo Portugal (Irmãozinhos/as de jesus), entre Congregações religiosas e Associações de vida espiritual e de amizade fraterna.

Na internet há alguns sites que falam de Charles de Foucault deixo-vos um texto retirado da Agência Ecclésia

Bispo do Funchal homenageia «O Irmão Universal»

"O encontro com o Islamismo e o deserto transformaram-lhe a vida. Veio a Paris falar com um director espiritual. Encontrou o Pe. Huvelin que lhe disse: «ponha-se de joelhos e confesse-se». Desde esse momento tudo mudou, Deus deu-lhe a graça da conversão. «Logo que acreditei que Deus existia, escreveu, dei conta que não podia fazer outra coisa senão viver para Ele».

1. A 13 de Novembro, a Igreja beatificou na Basílica de São Pedro, em Roma, o Irmão Pe. Charles de Foucauld, uma das figuras mais atraentes da Igreja nos séculos dezanove e vinte que marcou fortemente a espiritualidade do nosso tempo. Presidiu à cerimónia da beatificação o Cardeal D. José Saraiva Martins que, em Agosto esteve na Igreja do Monte a honrar a memória do beato Carlos de Áustria.

Nos meus tempos de estudante em Roma, nenhuma outra figura da história da Igreja contemporânea me entusiasmou tanto e a outros jovens como o Pe. Charles de Foucauld. Alimentava esta simpatia a oração humilde, silenciosa e longa, na capela de madeira, na propriedade dos Trapistas em Roma, onde as Irmãzinhas de Jesus adoravam o Santíssimo Sacramento acompanhadas por centenas de jovens.

2 - Quando o Pe. Charles foi morto em 1916 num desentendimento entre tribos rebeldes no norte de África, por ocasião da I Guerra Mundial, só 49 pessoas seguiam o seu carisma, filiadas na Congregação do Sagrado Coração de Jesus.

Hoje há milhares de homens e mulheres distribuídos por onze Congregações religiosas e oito associações de vida apostólica que seguem o seu exemplo na pobreza de vida, atendendo aos mais pobres, humildes e desprezados, procurando imitar a vida oculta e ignorada de Jesus em Nazaré.

Charles de Foucauld, apesar de ter nascido numa família nobre e cristã em Estrasburgo, na França, em 1858, seguiu o caminho do filho pródigo, teve uma juventude dissoluta, delapidou uma rica herança. Perdeu a fé aos 16 anos e viveu durante 12 anos na indiferença religiosa. Por fim entrou no exército francês e partiu para Marrocos no tempo em que a França colonizou a Argélia.

O encontro com o Islamismo e o deserto transformaram-lhe a vida. Veio a Paris falar com um director espiritual. Encontrou o Pe. Huvelin que lhe disse: «ponha-se de joelhos e confesse-se». Desde esse momento tudo mudou, Deus deu-lhe a graça da conversão. «Logo que acreditei que Deus existia, escreveu, dei conta que não podia fazer outra coisa senão viver para Ele».

Começou então um longo peregrinar procurando conhecer a vontade de Deus. Descobriu que devia imitar Jesus, principalmente na sua vida oculta e pobre. Entrou num mosteiro de cistercienses, em França, soube que havia uma trapa mais austera na Síria, depois voltou para Roma onde estudou, por fim foi instalar-se como criado e jardineiro numa casita no jardim das Clarissas de Nazaré, imitando a Jesus que ali passou a maior parte da sua vida no escondimento, como operário, pobre, desconhecido, mas nosso Redentor. Passava longas horas em adoração do Santíssimo Sacramento.

Querendo viver num lugar ainda mais pobre, já ordenado sacerdote, instalou-se no deserto da Argélia, em Beni-Abés. Passa longas horas diante do Santíssimo Sacramento. O Senhor foi o seu único companheiro no deserto. Em oração, vive como irmão de todos, recebendo pobres e doentes, estudando as línguas dos tuaregues, e escrevendo dicionários e gramáticas do mais alto nível científico, para evangelizar e para que outros missionários pudessem comunicar com aqueles pobres e ignorados do mundo civilizado.

3 - Quando lhe perguntam «porque és assim?», escreveu: «Quero habituar todos os habitantes cristãos, muçulmanos, judeus ou idólatras… a verem em mim um irmão, o IRMÃO UNIVERSAL…» Charles procura descobrir o «sagrado» que existe no outro, em todos os seres humanos, amando fraternalmente fora da sua pátria e da sua parentela.

O carisma do Irmão Charles resume-se nas duas palavras do seu lema «Jesus-Caritas». Tudo começa pelo amor de Deus Pai que se revela no seu Filho. Jesus Cristo foi o grande Amor do Pe. Foucauld. Procurou imitá-lO na vida oculta de Nazaré, contemplou-O na adoração eucarística na humilde capelinha do deserto escaldante de Tamanraset, na Argélia. Ao escrever ao seu bispo em 1908, diz: «Os meios que Jesus nos deu para continuar a obra de salvação no mundo, os meios de que Ele se serviu no Presépio, em Nazaré e sobre a Cruz são: pobreza, humilhação, abandono, perseguição, sofrimento, cruz. Eis as nossas armas».
A forma como o Irmão Charles imitou Jesus, seduziu muitos jovens e menos jovens em todo o mundo que o procuram imitar, vivendo pobres no meio dos pobres, em pequenas fraternidades de irmãozinhos ou irmãzinhas de Jesus, dispostos a viver no silêncio, escondimento, a partilha de vida com os mais desprezados, até integrando-se nas cavernas dos ciganos. São contemplativos no meio do mundo, dão testemunho do amor de Deus entre os últimos e os humilhados. São felizes, muito felizes, apesar de viverem pobres entre os mais pobres.
Os discípulos do Irmão Beato Charles são construtores do Reino, apaixonados por Jesus de Nazaré, testemunhas da Ressurreição, enamorados da Eucaristia. Quando: «Só Deus basta», resta-nos dizer como o apóstolo Paulo: «para mim, viver é Cristo e morrer um lucro» (Fil. 1, 21).
Funchal, 13 de Novembro de 2005
† Teodoro de Faria, Bispo do Funchal
“Quero amar como tu”
Meu Senhor Jesus, "
AMEN!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Diálogos inquietantes-1



Diálogos inquietantes-1


Ontem

- Não vais à praia, hoje?
- Não, quero ir à missa
- Mas hoje não é Quinta - às Quintas na Igreja Matriz de Azurara há Missa às 7 da tarde
- Pois, mas é dia de São Bento – nos dias dos santos das minhas simpatias/devoção, faço os possíveis por participar na Eucaristia numa de festejar, de agradecer haver ou ter havido gente que quase tocou a perfeição
- Que dia é hoje?
- 11 de Julho
- Ah, pois é. Coitado, ele que era rico deixou a riqueza pelos pobres e “eles” agora a viverem como “nababos”
- Alguns...Até já…

“Porque o reino de Deus näo é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Da carta de Paulo aos Romanos

É belo rosto claro da manhã



Primeira foto, amanhecer em Montariol, Braga. Segunda, manhã cedo na Praia Formosa Santa Maria, Açores


Hino de Laudes (Liturgia das horas)


*
É belo rosto claro da manhã,
Aberto sobra a terra que se expande
Num hino de louvor e adoração.
*
À luz do sol nascente que as renova,
Levantam sua voz as criaturas,
Anunciando o esplendor do novo dia.
*
Assim minha vontade, assim meus olhos
Se elevam para Ti: faz-me, Senhor
Compreender o dia que amanhece.
*
E acorda-me, meu Deus, cada manhã,
Até que eu saiba amanhecer seguro
Do teu amor, no dia sem ocaso!
*
*
*
Iluminai, Senhor, os nossos caminhos

quarta-feira, 11 de julho de 2007

S. Bento (no seu dia)















Imagem do Mosteiro Beneditino de Singeverga, Portugal (foto retirada da página de acolhimento do Mosteiro)



"Nada prefiram ao Amor de Cristo, acolhei os peregrinos como se de Cristo se trate" Da Regra
Oração das Laudes:
Santíssimo, fiel servo do Senhor, Patriarca chefe e guia dos monges, intercede por nós teus filhos e por todos os homens

Do site dos Beneditinos Brasileiros :


São Bento

Patriarca dos Monges do Ocidente e Patrono da Europa
“Em qualquer religião sempre houve quem, ‘esperando resposta para os enigmas da condição humana', fosse atraído de maneira singular para o Absoluto e para o Eterno. Entre estes, no que diz respeito ao cristianismo, sobressaem os monges, que, já no século III e IV, tinham instituído, nalgumas zonas do Oriente, uma forma de vida
própria, tendente a realizar, por inspiração divina, e a exemplo de Cristo ‘orando sobre o monte', ou uma vida solitária e segregada, ou a dar-se ao serviço de Deus na convivência da caridade fraterna.

Do Oriente, por conseguinte, penetrou a disciplina monástica em toda a Igreja e alimentou o salutar propósito de outros que, mantendo as normas da vida religiosa, imitavam o Salvador, ‘que anunciava às multidões o reino de Deus e trazia os pecadores à conversão’.
Quando, devido a esse espiritual fermento, a Igreja se tinha já desenvolvido, mas simultaneamente se arruinava na cultura, e o mundo romano envelhecia – pouco antes de fato, tinha caído o Império Ocidental - , pelo ano 480 nascia, em Núrcia, São Bento.
‘Bento pela graça e pelo nome, desde a infância tinha um coração adulto’ e, ‘desejando agradar somente a Deus’, pôs-se à escuta do Senhor, que procurava o Seu operário, e vencendo as excitações do espírito, percorreu caminhos ‘duros e ásperos’, isto é, enveredou ‘pelo caminho estreito que conduz à vida’.
Levando vida solitária em alguns lugares, conseguiu que o seu coração ficasse aberto só para Deus; movido unicamente por Seu amor, reuniu outros homens, com quem, como pai, entrasse ‘na escola do serviço do Senhor’. E assim, unindo ao sentimento do próprio dever a prática esclarecida ‘dos instrumentos das boas obras’, ele, e seus companheiros constituíram uma cidadezinha cristã, ‘onde finalmente – como disse Paulo VI, predecessor nosso de recente memória – reinassem o amor, a obediência, a inocência, o ânimo desapegado das coisas do mundo e a arte de usar delas retamente, o primado do espírito, a paz – numa palavra – o Evangelho’.
Praticando assim o que havia de bom na tradição eclesial do Oriente e do Ocidente, o Santo de Núrcia chegou a considerar globalmente o homem, cuja dignidade, como pessoa, inculcou como sem igual.
Quando morreu, no ano de 547, já estavam lançados sólidos fundamentos para a disciplina monástica, que, particularmente depois dos sínodos da Idade Carolíngia, tornou-se o monaquismo ocidental. Este, por meio das abadias e outras casas beneditinas, difundidas por toda parte, constituiu a união primitiva e originária da nova Europa: dizemos da Europa, a cujas ‘gentes, que vivem desde o Mar Mediterrâneo até à Escandinávia, da Irlanda até os territórios abertos da Polônia, os filhos deste Santo – com a cruz, com o livro e com o arado – levaram à civilização cristã”.

(Trecho da Carta Apostólica de Sua Santidade o Papa João Paulo II, no XV centenário do nascimento de São Bento).



Pelas fortes laços que me unem à família Beneditina em Portugal deixo aos "nossos Irmãos ausentes" esta oração:


"Acolher os que chegam como se de Cristo se trate"

Agradeço ao Pai todos aqueles que tem "semeado" no meu caminho e me têm ajudado a caminhar rumo aos Seus átrios.

Peço-vos, Pai: Dai a Paz que excede todo o entendimento e abençoai os presentes e os físicamente ausentes. Aos que nos esperam na Vossa glória e fazemos presentes na comunhão dos Santos revelai, Pai, o esplendor da vossa face. (aqui quero lembrar em especial o "meu Anjo da Guarda" o Irmão Salvador)


Amen

terça-feira, 10 de julho de 2007























Do dicionário Porto Editora de Lingua Portuguesa online

"fé:
substantivo feminino
1.
crença absoluta na existência ou veracidade de certo facto; convicção íntima;
2.
compromisso de fidelidade à palavra dada; lealdade;
3.
confiança absoluta (em algo ou em alguém); crédito;
4.
RELIGIÃO adesão aos dogmas de uma doutrina religiosa considerada revelada;
5.
RELIGIÃO (Catolicismo) primeira das virtudes teologais, graças à qual se acredita nas verdades reveladas por Deus;
6.
qualquer crença religiosa; religião;
7.
comprovação de um facto; prova;
acto de fé gesto ou atitude que exprime a profunda convicção de uma pessoa em relação a uma causa ou a uma ideia; "




Ver para crer é a antítese da Fé. Acreditar no que vemos é fácil. Nascemos com o sentido da visão (os que não nascem com este sentido apuram os outros em "substituição") mas não nascemos com Fé. Esta, é uma caminhada, uma aprendizagem, um crescimento contínuo, muitas vezes com avanços e recuos, questionamento permanente. Quem não questiona, não duvida, não se inquieta é "cego", tem antolhos ou acomodou-se de tal forma que tanto se lhe dá.


O ser humano é complexo. Sempre me impressionou pela negativa os folclores criados à roda da Fé. A primeira vez que fui a Fátima (oferta de aniversário natalício que uma querida amiga me fez) fiquei estarrecida com o queimar das ceras das velas, uma fogueira imensa da qual se desprendia um calor de "inferno" Sempre pensei que seria incapaz de acender uma vela naquele local. Ao olhar a Silvia, coreana a estudar em Roma e a quem acompanhei junto com mais dois amigos ao Santuário, mudei de opinião. Ela comprou "meia dúzia" de velas chegou-se de vagarinho ao "crematório", acendeu cada uma delas e ao acendê-las orava silenciosamente. Poderei jurar que a oração diria: "Mãe, toma-o nos teus braços e coloca-o no colo do Pai". O rosto dela imanava uma claridade serena. Quando voltar a Fátima irei acender velas e fazer a mesma oração. Quem diria, não é? Nem eu...


Ai de aquele que só tem certezas...não se questiona... Continuo a questionar os "folclores" a exploração das boas Fés, mas acredito no Deus Pai, no Deus do amor, tenho Fé e, se acender uma vela é estar em comunhão, é colocar aos Seus pés aqueles que, quanto a mim, estão carentes do tal colo, embora eu saiba que como Pai Ele está atento e aí vêm as questões que se Ele é Pai sabe o que precisamos e não é preciso pedir e por ser Pai nada deve ser agradecido... não faz mal nenhum puxar a barra do Seu manto nem dizer obrigada. Eu faço isso ao meu pai, porque não fazê-lo a Ele? (sugiro a leitura de "Recuperar a Criação" de Torres Queiruga)



O resto são questões terrenas, humanas, tolices... "Areias Teológicas" como diria o nosso querido Irmão Silencio.



Amen