Erguer muros ou abrir portas?
Opinião
Erguer muros ou abrir portas?
Não terá sido por mero acaso que, nos evangelhos, Jesus tenha preferido apresentar-se a si próprio não em termos de “muro”, mas sim, em termos de “porta”.
São bem conhecidos os muros de betão. De vez em quando há um que cai como o muro de Berlim. Mas há outros que se levantam como aquele que foi construído para separar Israelitas e Palestinianos. Isto, sem contar com os muros de incompreensão, de injustiça, de desigualdade, seja entre famílias, pais e filhos, entre casais, vizinhos, inclusive, entre povos e diferentes estratos sociais. A lista dos muros podia ser longa.
Ora, como se sabe, uma porta é uma abertura num muro. É ela que permite não ter de se ficar condenado a permanecer num só dos lados do muro. Permite entrar e sair. Ao apresentar-se como “porta”, Jesus revela que o mal do mundo e da pessoa humana está na cedência à tentação de fechar-se sobre si próprio, ao ponto de não deixar lugar, em última instância, à escuta da mensagem libertadora de Deus.
Precisamente, a Páscoa vem lembrar-nos que Jesus veio ao encontro da condição humana para abrir todos os muros de betão ou outros, até o último de todos que é a morte, permitindo a ultrapassagem de todos eles. Apresentado como Aquele que se deixou trespassar nas mãos, nos pés e no coração, a ressurreição de Jesus representa a abertura que dá acesso ao outro lado dos muros que cercam a existência humana. É uma porta de salvação que ninguém poderá fechar, como indicam as suas próprias palavras: “Quem entrar por mim será salvo”.
É a luz de Jesus, qual porta de salvação e não muro, que deve ser entendida a vocação cristã e a missão da Igreja no mundo. Neste sentido, mais do que erguer muros na sua salvação com as novas realidades do mundo e da vida das pessoas, impõe-se-lhe abrir portas de acolhimento, compreensão e misericórdia. É que a, a Igreja de Jesus nasce, por expulsão da comunidade judaica instalada nos seus ritos e suas fronteiras muito definidas, como Igreja do êxodo, da itinerância e de uma peregrinação nunca acabada de um povo livre a percorrer a história com Jesus Cristo à frente.
Enquanto “porta”, é por Jesus Cristo que se entra como membro daquele povo livre que Deus quer fazer seu, tal como pela mesma “porta” todos os elementos que integram o mesmo povo, são impelidos a sair para fora, a viver a sua condição cristã, não obrigados ou protegidos, mas expostos, não como sedentários, mas como nómadas ou em viagem, manifestando, pela sua participação e presença em todas as causas verdadeiramente humanas, o espírito de serviço, de entrega e de gratuidade que animou Jesus nos combates de total e efectiva libertação.
Erguer muros ou abrir portas?
Não terá sido por mero acaso que, nos evangelhos, Jesus tenha preferido apresentar-se a si próprio não em termos de “muro”, mas sim, em termos de “porta”.
São bem conhecidos os muros de betão. De vez em quando há um que cai como o muro de Berlim. Mas há outros que se levantam como aquele que foi construído para separar Israelitas e Palestinianos. Isto, sem contar com os muros de incompreensão, de injustiça, de desigualdade, seja entre famílias, pais e filhos, entre casais, vizinhos, inclusive, entre povos e diferentes estratos sociais. A lista dos muros podia ser longa.
Ora, como se sabe, uma porta é uma abertura num muro. É ela que permite não ter de se ficar condenado a permanecer num só dos lados do muro. Permite entrar e sair. Ao apresentar-se como “porta”, Jesus revela que o mal do mundo e da pessoa humana está na cedência à tentação de fechar-se sobre si próprio, ao ponto de não deixar lugar, em última instância, à escuta da mensagem libertadora de Deus.
Precisamente, a Páscoa vem lembrar-nos que Jesus veio ao encontro da condição humana para abrir todos os muros de betão ou outros, até o último de todos que é a morte, permitindo a ultrapassagem de todos eles. Apresentado como Aquele que se deixou trespassar nas mãos, nos pés e no coração, a ressurreição de Jesus representa a abertura que dá acesso ao outro lado dos muros que cercam a existência humana. É uma porta de salvação que ninguém poderá fechar, como indicam as suas próprias palavras: “Quem entrar por mim será salvo”.
É a luz de Jesus, qual porta de salvação e não muro, que deve ser entendida a vocação cristã e a missão da Igreja no mundo. Neste sentido, mais do que erguer muros na sua salvação com as novas realidades do mundo e da vida das pessoas, impõe-se-lhe abrir portas de acolhimento, compreensão e misericórdia. É que a, a Igreja de Jesus nasce, por expulsão da comunidade judaica instalada nos seus ritos e suas fronteiras muito definidas, como Igreja do êxodo, da itinerância e de uma peregrinação nunca acabada de um povo livre a percorrer a história com Jesus Cristo à frente.
Enquanto “porta”, é por Jesus Cristo que se entra como membro daquele povo livre que Deus quer fazer seu, tal como pela mesma “porta” todos os elementos que integram o mesmo povo, são impelidos a sair para fora, a viver a sua condição cristã, não obrigados ou protegidos, mas expostos, não como sedentários, mas como nómadas ou em viagem, manifestando, pela sua participação e presença em todas as causas verdadeiramente humanas, o espírito de serviço, de entrega e de gratuidade que animou Jesus nos combates de total e efectiva libertação.
In Jornal Diário
2008-04-14 03:57:00
1 comentário:
Ué...
Eu já havia comentado este texto, não!?!
Será que eu tô ficando maluco? Hehehehehe...
Pelo menos me lembro do texto... e achei-o muito bom!!!
Além dos peregrinos, tô escrevendo em outro blog agora! Se quiseres dar uma olhada:
brasilfranciscano. blogspot. com
Paz & Bem!!!
Zé Luiz.
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