sexta-feira, 2 de abril de 2010

retiro na cidade - 41


A Palavra de Deus

“Estou crucificado com Cristo e já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim”
Carta de São Paulo aos Gálatas, Cap 2, vers 20

A Fé de Cristo, a morada do cristão

“Eu estou crucificado com Cristo”: apesar da primeira pessoa do singular, Paulo não pensa de forma alguma num favor que lhe estará reservado. Pois é verdadeiro que todo o cristão, quer dizer, todo o homem que, tendo dado a sua fé a Cristo, pode dizer: “é Cristo que vive em mim”. E o que vive ele em mim? A sua fé. Como reciprocamente, eu próprio vivo nesta fé. O Catecismo da minha infância colocava esta questão: “em que consiste a vida cristã?” Era preciso responder: “A vida de Cristo em mim”. Eu completo hoje dizendo que a fé cristã, é a fé de Cristo em mim. E não somente em mim mas em todos os baptizados. Estes são, com efeito, fraternalmente reunidos nesta fé do Filho de Deus como eles o seriam num Templo. Nesse Templo, que tem a forma de cruz, o acto de Jesus entregando-se ao Pai, o seu sacrifício, o seu grito: “Pai nas tuas mãos eu entrego o meu espírito”; torna-se acto de todos os seus irmãos, o sacrifício deles, o grito deles. Tanto e tão bem como no ano de 120, Inácio de Antioquia interrompeu a sua marcha para o martírio para escrever estas palavras aos cristãos de Esmirna: “Constatei que vos transformastes numa fé tão perfeitamente ajustada que ela não poderá nunca vacilar, é como se vós estivésseis colados carnalmente e espiritualmente à cruz de Jesus Cristo”.

Nós sabemo-lo demasiado bem: a nossa fé é uma planta tão frágil que ela não pode resistir a todas as intempéries. Ema necessita de um tutor no duplo sentido desta palavra. Este tutor é Jesus Cristo e a sua cruz.