segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Ensina-me, Senhor...


«Invoca-me, e Eu te responderei e te revelarei coisas grandes e misteriosas, que não conheces.»
Jeremias 33,3

Ensina-me, Senhor, a invocar-te e a estar atenta às tuas revelações. É que, Senhor, tanto me disperso, tanto me distraio com o supérfluo que enche o meu dia que mal tenho tempo e espaço para Te invocar. Que eu saiba valorizar, apenas, o que de facto vale. Ensina-me a invocar-te, Senhor. Ámen.

04 de Novembro de 2012
Ana Loura.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Férias de Deus


A Liturgia da Palavra de hoje é severa. Faz-nos pensar, aliás como toda a Palavra. Mas a de hoje no fundo questiona-nos se somos de facto Cristãos na medida de Cristo, do Seu exemplo, da medida do Seu amor, da radicalidade da Sua dádiva total de si mesmo. Jesus não ofereceu coelhos, galinhas, procissões, idas a Fátima a pé, voltas ao campo de São Francisco de joelhos, círios do Seu tamanho, terços às dúzias, novenas. E não disse: esperem aí que eu vou ali e já venho, esperem por mim que eu vou tomar um cafezinho, vou jogar uma partida de bilhar, vou comer uma sandes, vou ler os e-mails, espreitar o facebook e já venho dar-Me por vós. Jesus deu-Se até à última gota de sangue e na hora exacta em que foi chamado a dar-Se.
E nós? Nós não vamos à Missa porque está frio, porque chove, porque temos o jogo de futebol, o aniversário da sogra, porque está calor, porque a novela calha à hora da Missa, porque não nos apetece porque o Padre que hoje celebra não é aquele que nos agrada, ou pior ainda, o padre que nos agradava foi embora e o que está agora é um chato, não se ri nem esbraceja no ambão, apesar de falar de Deus com o coração; não damos catequese porque é chato aturar os filhos dos outros, porque não sabemos nem queremos saber muito bem o que dizer (as beatas, as ratas de sacristia que dêem, já que passam o dia de roda das saias do padre); não participamos em nenhum dos movimentos da Paróquia porque é bem melhor ficar amorfo diante da televisão a fazer zapping.
Nos, damo-nos? Em que medida? Quando? Depois de tudo o que é mais importante para nós do que Deus. Se é que muitas das vezes ou quase sempre Deus nem é importante…importantes para nós somos apenas nós mesmos.
Deus não faz férias de nós.
E nós, fazemos férias de Deus?
Será que neste tempo estival, de relax, de férias não seria lógico termos mais espaço para Deus nas nossas vidas? Ou…como ouvi hoje: “No Verão, nas Férias, fazemos Deus hibernar”?
Ana Loura
29 de Julho de 2013