terça-feira, 9 de outubro de 2007

Desconheço o autor da gravura

Mais um desafio da Comunidade de Nazaré http://comnazare.info/forum/viewtopic.php?p=658#658. O meu primeiro post no TeoLugar foi, exactamente, sobre este tema. Mas quiz aproveitar para refletir mais um pouco e aqui está o fruto da minha reflexão

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Eu??? Eu cá tenho a minha Fé. Não preciso de andar atrás das saias dos padrecos, isso é pras beatas. Missa???? Tas tola, vê lá tu se os que lá vão são melhores que eu…uma cambada de beatos fingidos, ratos de sacristia…saem da missa com ares de santos de pau carunchoso, põem a cabecinha à banda com ares de bonecos de cera e quando viram a esquina já vão a comentar a roupa da tal, a que foi comungar e “dá uns pontos” com o “Zé dos patos”, mas sempre vou à Igreja à Missa do Galo e no dia de Páscoa. Afinal a essas toda a gente vai e sempre arejo aqueles fatos que comprei para os últimos casamentos a que fui há dois anos e cujos noivos até já se separaram…Um dos casais até era da igreja, andavam sempre a cheiricar o rabo ao padre, mas diz-se q ela lhe aquecia os pés… Tas a ver? São todos farinha do mesmo saco…e ia eu confessar-me a ele? não faltava mesmo mais nada…a um homem que não vale um caracol, um sonso que passa a vida nas discotecas com a malta, até bebe e fuma como se fosse um qualquer e ao Sábado chega a casa quase à hora de rezar a primeira Missa…Eu confesso-me directamente a Deus e baixinho para ninguém me ouvir, dou umas esmolitas, apesar de já não haver pobres como dantes, agora anda tudo a esbanjar, a “arrotar postas de pescada” e os chinocas vendem roupa barata, já ninguém aceita roupa usada nem pão seco. Tas a ver como eu cá tenho a minha fé?·




Pois é, José, gostaria de estar tão segura como tu, de dizer que tenho a minha ou alguma Fé. Ando por aqui à procura, insegura, assim tem-te não caias e o certo é que por vezes até caio e fico no chão tempos sem fim sem forças para me erguer enquanto passam por mim indiferentes os que como tu dizem que tem a sua fé.




Sou frágil, insegura e nessas alturas quando limpo as lágrimas do meu desalento parece que, afinal, a vida não é assim tão cinzenta e sinto uma força qualquer a ajudar-me a erguer o corpo do chão e a voltar a caminhar. Sim, eu acho que há um ser superior, a vida não pode ter surgido do nada, nós não somos animais como os outros, pensamos, raciocinamos amamos e sentimos dentro de nós uma força imensa que nos vem não sei bem de onde quando estamos perto do abismo.




Muitas vezes interrogo-me sobre as coisas, sobre o que significam, sobre a importância delas na minha vida, sobre a forma como lido com elas, com o mundo à minha volta. Há uma frase, uma oração que a Natalinha escreveu num papel, junto com outras, para os meninos da nossa Catequese e que diz: “Meu Deus eu creio em ti, mas aumenta a minha Fé”. Esta frase, como muitas outras, anda às voltas no meu cérebro. É que eu não gosto de pensar e dizer uma coisa sem o fazer com o coração e quando eu digo que creio em Deus eu quero dizê-lo com toda eu, com o raciocínio e com o coração, não apenas com os lábios, não me quero afundar nas águas tumultuosas da vida por duvidar.




Eu dizia aos nossos meninos que para amarmos alguém ou alguma coisa nós temos de a conhecer. Ninguém ama o que não conhece, pelo que não basta acreditar que Deus existe. Ter Fé! Não basta não O termos visto e, apesar disso, acreditarmos. É preciso conhecermos e amarmos. Aumentar a nossa Fé, é crescermos nesse amor ao lermos a Bíblia, ao orarmos as Horas e mesmo ao questionarmo-nos, porque O vamos conhecendo. Quem duvida, quem questiona quer saber. Eu nas minhas dúvidas, nas questões que eu coloco eu procuro conhecer-lO e amar sempre e cada vez mais. Portanto aumento a minha Fé.

Pois é, José, a Fé sem amor é vaga e o amor só é realizado no próximo, quando nos deixamos ser os braços dO Deus que dos nossos braços de Samaritanos precisa para cuidar dos Seus filhos caídos nas bermas das estradas da vida, daqueles por quem passas indiferente porque tens a TUA fé.

“Senhor, eu creio em Ti, mas aumenta a minha Fé”.

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